A vã Política
A sã política
traz como benfeitor a democracia, pois é essencial vivermos a diversidade de
pensamento e ideias daquilo que a política nos cobiça como cidadão. Sem estas
divergências o estado democrático estaria corrompido. É salutar para o país que
haja oposição a situação e vice-versa, pois aquele cujo poder para governar foi
entregue a confiança, deverá sempre ter em mente que o regime político o qual
fora submetido é frágil e sensível. Sendo a democracia o refúgio da liberdade e
a trindade dos poderes, a lei que assegura a democracia deve ser acalentada em
berço esplendido, pois nenhuma lei é forte para acalmar a revolta e a revolução
daqueles cujo maior poder determina a própria força, o povo. Não há nação sem
território que delimita a sua soberania, não há país sem pessoas para ser
governadas, portanto a maior garantia soberana dos cidadãos é o voto, o direito
de expressar a própria vontade naquilo que acredita como propósito político, cuja
expectativa vindoura de um lar prospera e de felicidade possa se realizar.
Se a politica fosse
filha de uma só ideia, nos obrigando a um só pensamento, tolhendo a pluralidade
de opiniões e convicções, então a república se auto representaria pela unidade
partidária e diante disto não importa se essa unidade for tendenciosa à
esquerda ou à direita, defensor da classe trabalhadora ou neoliberalismo, a
verdade é que o poder será exercido sem o contrapeso do próprio poder, nos
fazendo lembrar o pensamento político de Montesquieu,
ao fazer a afirmação de que todo homem é tentado a abusar do poder e por isso é
necessário que o poder freie o poder.
Seguindo
o pensamento deste mesmo filósofo político, suas premissas quanto ao estado
natural e o estado político são antagônicos na essência e lenientes no
propósito de governo. Aquele que deriva
da natureza humana mais primitiva age pelas leis de suas próprias razões, impulsionados
pela vontade do ser indomável e sem controle. Enquanto este tem as leis como
fonte de liberdade condicionada ao seu cumprimento, cujas instituições dotadas
de poder e força agem, em princípio, pela harmonia da coletividade, que na
democracia a outorga se dá pelo voto, mediante eleições periódicas. A
legitimidade de representação o qual concede o candidato vencedor se dá pelo
voto do povo, pelo povo e para o povo, por ter sido escolhido pela maioria. A trindade desses poderes tem que ser harmônico
e independente no exercício da soberania, mais não basta que sejam só harmônico
e independente, há de serem serviçais do poder que os legitimaram e fazer
cumprir a vontade popular acerca das manifestações mais singulares e mediante o
sufrágio.
O
maior risco da democracia é permitir que à trindade dos poderes rebele-se
contra a constituição e se unam para repristinar velhos regimes e estabelecer uma
nova ordem. A rebeldia do povo não pode ser falsos gritos de esperança, que se
reverte numa conduta de submissão, pois permitir ser escravo de sua própria
liberdade é viver numa gaiola com portas abertas, isto não é liberdade e sim
opressão pela ideologia de pensamento. Outrossim, a liberdade não podem ser
motivos para transcender os direitos de outrem, em sua intimidade, privacidade,
bem como os direitos e garantias constitucionais. Cabe a todos exercer uma
força desmedida para ponderar a barreira entre o que eu penso sobre o que você
pensa, sem que isso promova a guerra dos conflitos e a paz se torne uma criança
amedrontada pelo ódio. Viver civilizadamente é ser cidadão dos seus direitos e
defensor da liberdade de se expressar, sendo o mais fortes dos soldados a ter no
diálogo o amor ao debate e nunca a ira e o ódio como carrasco das próprias
ações, tendo o discurso à arma que vencerá a guerra.
O
tempo ainda continua sendo as pesadas correntes de nossas fraquezas, medos e
esperança, desde os primórdios a política sempre assumiu o protagonismo na vida
humana. Não importando em que momento da história a humanidade sempre vence o
tempo, mas assume o fardo de suas escolhas e decisões. Reinos tiveram a sua
ascensão e queda, republicas tiveram os seus auges e as suas decadências, não
importa a forma de governo de uma nação, o que devemos nos preocupar é com a
forma e o regime político ou forma de poder que se instaura. Por isso a
democracia é muito frágil e sensível cabendo a trindade dos poderes servir a
constituição como premissa fundamental da própria existência. As palavras como
tirania, déspota, autoritarismo, totalitarismo, nazismo, comunismo, fascismo,
ditadura, entre outras são ações adotadas por governantes, que no uso do cargo conseguiram
os meios necessários para se instaurar um novo regime político ou a forma de
poder. Contudo, tal ato sempre precede de alianças daqueles que usam o poder,
como ponte para engendrar manobra política e implementar um regime de poder
perpétuo ou mesmo falacioso quanto ao escrutínio do voto. O conjunto de fatores favoráveis dentro da
política e do governo permite que haja a tomada de decisão e ações que levará a
uma nova ordem política, sem submeter à vontade do povo ou mesmo ter o seu voto
como vontade soberana.
Por
isso exercer o maior dos direitos numa democracia é ser cidadão e manter sempre
livre esta condição, somos pessoas governadas e filhos da bandeira de nossa
nascença ou a adotamos para servirmos e ser servido, não podemos esquecer que
somos responsáveis por nossas escolhas e por aqueles que escolhemos nos
representar. O voto livre é o maior patrimônio e riqueza que há numa democracia,
portando é fundamental ter a convicção em quem apoiar e jamais decidir por ausência
de opção ou concussão.
O
governo que ouve atentamente os anseios do povo e legitima os seus valores intrínsecos
na democracia, servindo a nação em qualquer dos poderes e sendo capaz de
observar a sociedade como instrumento de diálogo para o crescimento de todos os
setores, estará digno de representar o país, a nação e o Brasil.
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