MARCELO LUZ LEAL

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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A VÃ Política

 

 A vã Política

 

A sã política traz como benfeitor a democracia, pois é essencial vivermos a diversidade de pensamento e ideias daquilo que a política nos cobiça como cidadão. Sem estas divergências o estado democrático estaria corrompido. É salutar para o país que haja oposição a situação e vice-versa, pois aquele cujo poder para governar foi entregue a confiança, deverá sempre ter em mente que o regime político o qual fora submetido é frágil e sensível. Sendo a democracia o refúgio da liberdade e a trindade dos poderes, a lei que assegura a democracia deve ser acalentada em berço esplendido, pois nenhuma lei é forte para acalmar a revolta e a revolução daqueles cujo maior poder determina a própria força, o povo. Não há nação sem território que delimita a sua soberania, não há país sem pessoas para ser governadas, portanto a maior garantia soberana dos cidadãos é o voto, o direito de expressar a própria vontade naquilo que acredita como propósito político, cuja expectativa vindoura de um lar prospera e de felicidade possa se realizar.

Se a politica fosse filha de uma só ideia, nos obrigando a um só pensamento, tolhendo a pluralidade de opiniões e convicções, então a república se auto representaria pela unidade partidária e diante disto não importa se essa unidade for tendenciosa à esquerda ou à direita, defensor da classe trabalhadora ou neoliberalismo, a verdade é que o poder será exercido sem o contrapeso do próprio poder, nos fazendo lembrar o pensamento político de Montesquieu, ao fazer a afirmação de que todo homem é tentado a abusar do poder e por isso é necessário que o poder freie o poder.

            Seguindo o pensamento deste mesmo filósofo político, suas premissas quanto ao estado natural e o estado político são antagônicos na essência e lenientes no propósito de governo.  Aquele que deriva da natureza humana mais primitiva age pelas leis de suas próprias razões, impulsionados pela vontade do ser indomável e sem controle. Enquanto este tem as leis como fonte de liberdade condicionada ao seu cumprimento, cujas instituições dotadas de poder e força agem, em princípio, pela harmonia da coletividade, que na democracia a outorga se dá pelo voto, mediante eleições periódicas. A legitimidade de representação o qual concede o candidato vencedor se dá pelo voto do povo, pelo povo e para o povo, por ter sido escolhido pela maioria.  A trindade desses poderes tem que ser harmônico e independente no exercício da soberania, mais não basta que sejam só harmônico e independente, há de serem serviçais do poder que os legitimaram e fazer cumprir a vontade popular acerca das manifestações mais singulares e mediante o sufrágio.

            O maior risco da democracia é permitir que à trindade dos poderes rebele-se contra a constituição e se unam para repristinar velhos regimes e estabelecer uma nova ordem. A rebeldia do povo não pode ser falsos gritos de esperança, que se reverte numa conduta de submissão, pois permitir ser escravo de sua própria liberdade é viver numa gaiola com portas abertas, isto não é liberdade e sim opressão pela ideologia de pensamento. Outrossim, a liberdade não podem ser motivos para transcender os direitos de outrem, em sua intimidade, privacidade, bem como os direitos e garantias constitucionais. Cabe a todos exercer uma força desmedida para ponderar a barreira entre o que eu penso sobre o que você pensa, sem que isso promova a guerra dos conflitos e a paz se torne uma criança amedrontada pelo ódio. Viver civilizadamente é ser cidadão dos seus direitos e defensor da liberdade de se expressar, sendo o mais fortes dos soldados a ter no diálogo o amor ao debate e nunca a ira e o ódio como carrasco das próprias ações, tendo o discurso à arma que vencerá a guerra.

            O tempo ainda continua sendo as pesadas correntes de nossas fraquezas, medos e esperança, desde os primórdios a política sempre assumiu o protagonismo na vida humana. Não importando em que momento da história a humanidade sempre vence o tempo, mas assume o fardo de suas escolhas e decisões. Reinos tiveram a sua ascensão e queda, republicas tiveram os seus auges e as suas decadências, não importa a forma de governo de uma nação, o que devemos nos preocupar é com a forma e o regime político ou forma de poder que se instaura. Por isso a democracia é muito frágil e sensível cabendo a trindade dos poderes servir a constituição como premissa fundamental da própria existência. As palavras como tirania, déspota, autoritarismo, totalitarismo, nazismo, comunismo, fascismo, ditadura, entre outras são ações adotadas por governantes, que no uso do cargo conseguiram os meios necessários para se instaurar um novo regime político ou a forma de poder. Contudo, tal ato sempre precede de alianças daqueles que usam o poder, como ponte para engendrar manobra política e implementar um regime de poder perpétuo ou mesmo falacioso quanto ao escrutínio do voto.  O conjunto de fatores favoráveis dentro da política e do governo permite que haja a tomada de decisão e ações que levará a uma nova ordem política, sem submeter à vontade do povo ou mesmo ter o seu voto como vontade soberana.

            Por isso exercer o maior dos direitos numa democracia é ser cidadão e manter sempre livre esta condição, somos pessoas governadas e filhos da bandeira de nossa nascença ou a adotamos para servirmos e ser servido, não podemos esquecer que somos responsáveis por nossas escolhas e por aqueles que escolhemos nos representar. O voto livre é o maior patrimônio e riqueza que há numa democracia, portando é fundamental ter a convicção em quem apoiar e jamais decidir por ausência de opção ou concussão.  

            O governo que ouve atentamente os anseios do povo e legitima os seus valores intrínsecos na democracia, servindo a nação em qualquer dos poderes e sendo capaz de observar a sociedade como instrumento de diálogo para o crescimento de todos os setores, estará digno de representar o país, a nação e o Brasil.

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